O Crescente Fértil foi uma região que incluía desde do Egito Antigo, o Levante (Canaã, Fenícia, Moabe e Amom) e toda a Mesopotâmia Antiga, que era um “vale fluvial do Eufrates e do Tigre” podendo ser dividida em duas partes, respectivamente a noroeste e a sudeste do ponto de aproximação entre os dois rios: “a Alta Mesopotâmia, mais montanhosa, e a Baixa Mesopotâmia, imediatamente ao norte do golfo Pérsico, região extremamente plana” (CARDOSO, 1986, p. 29).
Na parte sul mesopotâmica, nós tivemos, principalmente nos momentos iniciais, a presença dos sumérios, que “se julgava terem migrado por mar para a região, mas arqueologicamente se vinculavam ao sudoeste do Irã (o Elam, ou Susiana), e falavam uma língua aglutinante” (Ibid., p. 30). Já na parte norte, os acádios se fizeram mais presentes, um grupo que provavelmente veio do oeste, devido a sua língua semítica. Os acádios, sob a liderança de Sargão, O Velho, invadiram a Suméria e construíram o primeiro império mesopotâmico, o Antigo Império Acadiano a partir de 2370. Depois da morte de Sargão, vários governantes assumiram o poder, até sucumbir nas mãos de Ur-Utu, por volta do ano 2150 a.C, diante dos gútios, povos das montanhas do leste. Após isso, as cidades-estado sumérias voltaram a ter um notável de grau de independência, expulsando os gútios de suas terras. Todavia, a paz não duraria para sempre, tornando a sucumbir diante dos amoritas, povos cananitas de lingua semita, e dos elamitas, vindos do Planalto Iraniano. Ocorre assim a formação do Império Paleobabilônico (1800–1590 a.C.), com sua capital ao oeste do Eufrates e mais ao norte da antiga cidade de Ur.
Durante este tempo, ao norte, na Alta Mesopotâmia, os assírios começavam a expandir seus domínios. Vindos das cidades de Assur e Nínive, este antigo povo “semitizado”, do qual não sabemos muito antes deles assumirem definitivamente o controle sobre a maior parte do Antigo Oriente Próximo, foi considerado pelos seus inimigos como “bárbaros” e “cruéis”, devido às suas práticas de guerra e de violência. As suas terras não eram férteis e, portanto, eles sobreviviam dos espólios de guerra e de seus impostos sobre as cidades vencidas.
Muito antes da ascensão dos babilônicos e assírios, o Egito Antigo Faraônico já estava muito bem organizado e só começou a se enfraquecer com o êxodo hebreu de suas terras por volta do século XIV a.C. O povo hebreu, formado por doze tribos, filhos de Israel, avançou contra os povos de Canaã e conquistou diversas cidades poderosas como Jericó e o reino de Jerusalém. A primeira, sendo considerada como portadora da mais antiga atividade agrícola descoberta, datada de “cerca de 10 mil anos” (PINSKY, 2011, p. 45), e a última, chamada também de Salém ou Jebus, foi formada por hititas, amoritas e jebuseus, povos de origem cananita. Futuramente, Israel foi dividido em dois reinos: a porção norte com dez tribos e a porção sul com duas tribos. O norte foi invadido pelo Império Assírio em 722 a.C. e o sul pelos caldeus em 606 a.C., que agora formavam o Novo Império Babilônico. Este só seria sucedido pelo grande Império Persa em 536 a.C.
Referências
CARDOSO, C. F. S.. Sociedades do Antigo Oriente Próximo. São Paulo: Ática, 1986.
PINSKY, J. As Primeiras Civilizações. São Paulo: Contexto, 2011.
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